Edição 262 | 16 Junho 2008

Machado de Assis – Notas biográficas

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Joaquim Maria Machado de Assis, escritor brasileiro, considerado um dos mais importantes nomes da literatura desse país, nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro, e faleceu em 29 de setembro de 1908, na mesma cidade. De sua vasta obra, que inclui poesias, peças de teatro e crítica literária, destacam-se o romance e o conto. É considerado um dos criadores da crônica no país, além de ser importante tradutor. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente, também chamada de Casa de Machado de Assis.

Era filho do mulato Francisco José de Assis, pintor de paredes e descendente de escravos alforriados, e de Maria Leopoldina Machado, uma portuguesa da Ilha de São Miguel. Mesmo sem ter acesso a cursos regulares na escola, empenhou-se em aprender e se tornou um dos maiores intelectuais do país, ainda muito jovem.

De origem humilde, Machado de Assis iniciou sua carreira trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, cujo diretor era o romancista Manuel Antônio de Almeida. Em 1855, aos quinze anos, estreou na literatura, com a publicação do poema “Ela” na revista Marmota Fluminense. Continuou colaborando intensamente nos jornais, como cronista, contista, poeta e crítico literário, tornando-se respeitado como intelectual antes mesmo de se firmar como grande romancista.

Em 1864, estréia em livro, com Crisálidas (poemas). Em 1869, casa-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais. Em 1873, ingressa no Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, como primeiro-oficial. Posteriormente, ascenderia na carreira de servidor público, aposentando-se no cargo de diretor do Ministério da Viação e Obras Públicas.

Podendo dedicar-se com mais comodidade à carreira literária, escreveu uma série de livros de caráter romântico. É a chamada primeira fase de sua carreira, marcada pelas obras: Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876), e Iaiá Garcia (1878), além das coletâneas de contos Contos fluminenses (1870), Histórias da meia noite (1873), das coletâneas de poesias Crisálidas (1864), Falenas (1870), Americanas (1875), e das peças Os deuses de casaca (1866), O protocolo (1863), Queda que as mulheres têm para os tolos (1864) e Quase ministro (1864).

Em 1881, abandona, definitivamente, o romantismo da primeira fase de sua obra e publica Memórias póstumas de Brás Cubas, que marca o início do realismo no Brasil. Tanto esta como as demais obras de sua segunda fase vão muito além dos limites do realismo, apesar de serem normalmente classificados nessa escola. Suas obras têm como características a introspecção, o humor e o pessimismo com relação à essência do homem e seu relacionamento com o mundo. Da segunda fase, são obras principais: Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (livro) (1904), Memorial de Aires (1908), além das coletâneas de contos Papéis avulsos (1882), Várias histórias (1896), Páginas recolhidas (1906) e Relíquias da casa velha (1906).

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