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Graziela Wolfart
IHU On-Line - Em que sentido podemos perceber ainda hoje a herança genética viva dos guarani no povo gaúcho?
José Roberto de Oliveira – É simples de ver, mas é necessário abrir um pouco o coração. Como “povo guarani” , temos que enxergá-los, vergonhosamente, nos lugares onde estão: nas aldeias e nas faixas de domínio das rodovias estaduais e federais do nosso estado. Mas há também milhões vivos geneticamente nos bairros e vilas do estado, onde conjuntamente com os negros fazem a base dos pobres do Rio Grande. Olhem para nossa gente nestes locais mais pobres e verão muito claramente estes rostos vivos nestes e em todos os locais do estado. Caso perguntarmos para as nossas avós e bisavós, veremos com facilidade um número imenso de pessoas que são descendentes da base nativa do Rio Grande, não só guarani, mas também kaingang, charrua, minuanos e tantos outros.
IHU On-Line - Por que é importante resgatar a história da experiência missioneira jesuítica entre os guarani?
José Roberto de Oliveira – O que foi chamado pelos iluministas como “Triunfo da Humanidade” é algo muito importante. Um povo que protagonizou uma experiência que se refletiu na Revolução Francesa , na criação do comunismo e socialismo, é citado hoje como a primeira experiência de cooperativismo no mundo. Tudo isto e muito mais deve ser conhecido e reconhecido como uma experiência dos guarani, como disse, protagonizada. Então, é natural que este povo, não só os que se reconhecem do “povo guarani”, mas também o conjunto de seus descendentes, pobres das vilas e bairros do estado e do país, possa resgatar a ideia de que pode também triunfar e não permanecer no atual estado em que se encontra.
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>> José Roberto de Oliveira já concedeu outra entrevista à IHU On-Line:
* O milagre Guarani. Entrevista publicada nas Notícias do Dia do sítio do IHU de 07-05-2009.