Edição 344 | 21 Setembro 2010

Carlos Lessa

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Graziela Wolfart, Greyce Vargas e Rafaela Kley

 

IHU On-Line – Quem o senhor citaria como um importante pensador econômico, que seja referência na atualidade?

Carlos Lessa – Parece pedante dizer isso. Para mim, os pensadores econômicos, aqueles que continuam me ajudando, já estão todos no cemitério. Eu continuo tirando partido importante dos economistas clássicos. Obviamente, dou enorme importância a Karl Marx e gosto dos principais discípulos dele. Esses são as figuras que me dão solidez, pois me movo conhecendo-os.
 
IHU On-Line – E uma obra significativa, qual seria?

Carlos Lessa – Eu estou lendo tudo sobre o Padre Cícero  atualmente, porque o fenômeno religioso deu origem a um arranjo produtivo de enorme vigor. Ele criou muitos empregos. Então quero ter uma noção de quem ele foi. Quero muito orientar uma tese sobre o Padre Cícero, sobre a devoção ao padre e o significado econômico desta devoção. Estou com muita vontade de pegar um aluno bom para fazer isso. Seria uma tese magnífica, espetacular.
 
IHU On-Line – Um filme...

Carlos Lessa – Quando eu era garoto, havia os filmes cômicos, o Gordo e o Magro, Charles Chaplin; e tinha filmes de faroeste. Eu me nauseei com filmes de faroeste porque ninguém fica sujo naquele ambiente e com aquelas brigas. Por isso, só vejo comédia. Mas, às vezes, aparece algum filme que me toca muito, como os filmes da vida do Villa Lobos. Quando os vejo, não me aguento. Acho Villa Lobos  uma figura deslumbrante. Ele era um sonhador, um maluco, que queria fazer a civilização brasileira juntando todas as crianças em um único coro. Ele colocou o coral em todas as escolas primárias. É uma das figuras mais bonitas que o Brasil teve e também era muito criativo.
 
IHU On-Line – E qual é o seu time?

Carlos Lessa – Olaria. Eu vi o Brasil perder a Copa do Mundo de 1950, e vi o povo chorando. O estádio do Maracanã foi esvaziado com filas de pessoas chorando, chorando. Se o povo torcendo para o Brasil chora dessa maneira, para que eu vou me meter no Flamengo, Fluminense ou Botafogo? Assim, eu vou pegar simplesmente um time que não tem possibilidade de nada e eu nunca vou chorar por ele.

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