Edição 334 | 21 Junho 2010

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Prof. Dr. Castor Ruiz - Professor no PPG em Filosofia da Unisinos

“Neste momento estou lendo algumas obras de Roberto Esposito, em concreto a obra Comunidad, inmunidad y biopolítica (Barcelona: Editorial Herder, 2009). Esta obra desenvolve, na sequência, as teses deste autor a respeito do modelo imunitário que as sociedades modernas impuseram nas relações sociais. O sentido da comunidade está no múnus, ou seja, no dever que temos para com o outro. Contudo, a modernidade (através do direito) esvaziou a comunidade do dever (múnus) e instituiu uma relação baseada no ônus (o direito). Impôs uma relação individual(ista) em que o direito cumpre o papel paradoxal de segurar o sentido da comunidade (pelos direitos individuais) esvaziando-a de sua essência, múnus (dever para com o outro). Para manter a comunidade, no lugar do múnus, colocou-se a imunização do outro. Tal imunização aparece inexorável no processo de juridicização das relações sociais. No lugar do múnus (dever para com o outro), nos imunizamos contra ele. O outro é um rival (ou inimigo) real ou potencial.  Este dispositivo biopolítico resulta evidente nestes tempos de “pandemia ” (midiática ou real) onde a orientação geral é isolar-nos do outro, evitar contatos e relações, sequer dar a mão e muito menos um beijo. Vivemos tempos de imunização biopolítica”.

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