Edição 256 | 28 Abril 2008

Editorial

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IHU Online

O mundo do trabalho no Brasil de hoje. Mudanças e novos desafios

Se um automóvel custava 20 mil dólares na era fordista, “hoje, devido à produção asiática, ele custa quatro mil dólares. Essa mudança faz com que cada vez mais a China se transforme na grande oficina do mundo, enquanto a Índia passa a ser o escritório do planeta e a América do Sul, uma grande fazenda do mundo”, constata Marcio Pochmann, economista e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, em entrevista à IHU On-Line desta semana que tem como tema de capa as mudanças do mundo do trabalho no Brasil, neste início do século XXI.

Segundo Marcio Pochmann, “essa divisão do trabalho impõe constrangimentos para aqueles países que como o Brasil pretende ser uma exceção diferenciada na economia mundial”. Uma das características fundamentais destas mudanças é a produtividade imaterial. Assim, afirma o economista, “não há razão técnica que justifique a jornada de trabalho tão elevada como temos hoje, em função justamente da expansão da produtividade imaterial”, pois “esse trabalho imaterial beneficia apenas as grandes corporações”.

Enfim, “a redução drástica da jornada de trabalho seria um elemento chave para compensar o desequilíbrio que estamos assistindo em termos da repartição da renda e da riqueza”. Debatendo as mudanças do mundo do trabalho na vigília do Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora, a revista IHU On-Line continua uma tradição que vem desde o seu primeiro ano de criação. E em todos estes anos ela tem retomado o tema da “crise da sociedade do trabalho” (edição nº 98, 2004), “o trabalho imaterial” (edição nº 161, 2005), “O trabalho no capitalismo contemporâneo. A nova grande transformação e a mutação do trabalho” (edição nº 216, 2007).

Além de Marcio Pochmann, discutem o tema das mudanças do trabalho, Ricardo Antunes e José Dari Krein, professores na Unicamp, José Ricardo Ramalho e Marco Aurélio Santana, professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Por sua vez, Waldemar Rossi, antigo militante sindical, sempre lúcido e fiel às origens operárias, analisa as mudanças com o olhar crítico da sua história de vida. Há quarenta anos, duas greves marcaram a luta sindical em plena ditadura militar, pouco antes do fatídico Ato Institucional nº 5: as greves de Contagem e de Osasco. Francisco Weffort, sociólogo, autor de um texto clássico sobre as duas greves, reflete sobre estas duas importantes lutas operárias de 1968.

Serras da desordem, de Andrea Tonacci, filme de grande atualidade em tempos em que a questão das reservas indígenas volta a emergir com força na agenda nacional, e O Piano, de Jane Campion, são os filmes comentados por André Dick e Sônia Maria Bley, respectivamente.

Nesta edição, ainda, são publicados poemas inéditos da poeta paulista Andréa Catrópa.

Excepcionalmente, a revista IHU On-Line não circulará na próxima segunda-feira, dia 05-05-2008. Ela volta a circular normalmente no dia 12-05-2008.

A todas e todos uma ótima leitura e uma excelente semana!

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