Edição 248 | 17 Dezembro 2007

O cristianismo foi moldado pelo contexto ocidental

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IHU Online

Joseph S. O’Leary, teólogo irlandês, professor na Universidade Sofia, em Tóquio, chama a atenção para o fato de Jesus ser um judeu. “A presença do Jesus histórico não está na descoberta de algo que jamais conhecemos, mas em perceber a lacuna entre nossos retratos recebidos e o original. Isso nos deixa livres para receber o impacto de Jesus em nossa própria interpretação criativa atual, dando-nos liberdades tão grandes como aquelas dos evangelistas. A busca do Jesus histórico não responde à pergunta ‘O que você diz que eu sou’, mas antes libera toda a questão, deixa-a em aberto”, salienta o teólogo. O’Leary fala sobre os desafios internos do pluralismo religioso, contextualiza a produção dos quatro evangelhos e comenta as pesquisas históricas sobre Jesus.

Joseph O’Leary, foi professor de teologia na University of Notre Dame e Duquesne University antes de se transferir para o Japão, em 1983. Lá ele leciona literatura inglesa na Universidade de Sofia, desde 1988. Suas publicações incluem obras teológicas, como Questioning Back and Religious Pluralism and Christian Truth. Ele publicou também vários trabalhos sobre James Joyce e Samuel Beckett.

IHU On-Line - Quem é Jesus Cristo? O que destacaria sobre ele a partir de sua reflexão teológica?
Joseph O’Leary -
Nós sabemos quem foi Cristo para os últimos dois milênios da história européia. Num nível mais profundo do que a teologia ou o dogma, ele se apresentou a si próprio como presença viva, como “espírito vivificador” (1 Cor 15:45), no coração dos cristãos e também além da religião cristã. Entrando no terceiro milênio, ouso dizer que a tradição cristã está em muito boa forma. Ela suportou a violenta investida do ceticismo do século dezoito e do materialismo do século XIX e pode apresentar-se com candura e integridade intelectual no foro público. Sua tradição espiritual continua acessível e amplamente praticada. Suas doutrinas encontraram expressão moderna crível. Seus valores éticos básicos são amplamente reconhecidos, e o mundo sente cada vez mais quanto eles são necessários. O cristianismo ingressa neste terceiro milênio como religião purificada e dialógica, que pode trazer a luz de Cristo e ajudar a humanidade mais efetivamente neste milênio do que no precedente. Quanto aos movimentos reacionários, no âmbito do anglicanismo e do catolicismo romano e ao virulento fundamentalismo em outros contextos, parece-me que eles estão desconstruindo a si mesmos e estão servindo para lembrar ao povo o quão precioso é o duramente conquistado senso comum bíblico da orientação básica, do movimento ecumênico e do Vaticano II. Nem todo período na história da Igreja produz uma imagem vibrante de Cristo. O início do século XX se caracterizou em desenvolver a rica e poderosa imagem do Sagrado Coração. Nos anos 1960, a Teologia da Libertação, inspirada na Escritura e no Vaticano II, trouxe a imagem de Jesus libertador, mas nós falhamos amplamente em abraçá-lo e desenvolvê-lo. Talvez hoje a via mais promissora para uma nova compreensão de Cristo seja vê-lo como uma figura do diálogo, ver seu Evangelho como direcionado ao povo de todas as religiões e culturas e obtendo de cada uma delas uma resposta diferente.

IHU On-Line - Em Religious Pluralism and Christian Truth (Pluralismo religioso e fé cristã) (Edinburgh University Press, 1996), o senhor sugere que a verdade da religião não consiste integralmente na proclamação de alguma tradição individual, mas na relação ecumênica das grandes tradições. Como se pode reconciliar a singularidade deste espaço de “debate” entre as religiões com a desejada afirmação da verdade da própria tradição?
Joseph O’Leary -
Estamos, na atualidade, agudamente cônscios da finitude histórica de Cristo e do cristianismo, e de quão dependentes eles são da história específica do povo judeu, e de quanto o desenvolvimento do cristianismo foi moldado, contingentemente, pelo contexto cultural ocidental, no qual tomou lugar. Também nos damos conta de uma história bem mais ampla com a qual tentamos relacionar essas tradições judaicas e cristãs. Podemos continuar afirmando a verdade da divina eleição de Israel e o único papel salvífico de Cristo, enquanto admitimos que, para uma plena compreensão destes anúncios, precisamos conectá-los com o contexto mais amplo, não somente com as outras religiões, mas com a inteira dinâmica da evolução e com uma leitura dos “sinais dos tempos”, como o intentou o Vaticano II. A tendência de afirmar que “já temos a plenitude da verdade em Cristo, de modo que não se requer nenhum diálogo com religiões estranhas” é, de fato, não-cristã. A Bíblia nos mostra como o encontro com os outros – com as culturas da Mesopotâmia, Egito, Pérsia, Grécia – amplia a compreensão de Deus e derruba prévias estreitezas. Este processo continua hoje em dia, como procuramos entendê-lo com nossa crença no diálogo com outros. Toda a verdade já está pré-contida no Logos divino, sem dúvida, mas o desdobramento da encarnação deste Logos na história é um processo no qual há sempre novas verdades a serem aprendidas (ver Jo 14:25; 16:12-13; 21:25).

IHU On-Line - O senhor sublinhou a importância de um diálogo universal para o enriquecimento da revelação cristã. É a idéia que a compreensão do “Logos encarnado” se desenvolve junto com o movimento da história, através deste diálogo. Como pode traduzir esta posição teológica em termos mais concretos, tendo em conta o desafio do pluralismo religioso?
Joseph O’Leary -
Eu acredito que as “traduções” oferecidas pelas teologias da religião, que falam em termos gerais sobre como Jesus se relaciona com as outras religiões, não atingiram seu objetivo. A perspectiva geral que uma teologia das religiões pode esboçar é somente uma orientação provisória. Nós podemos “adquiri-la” em encontros com interlocutores particulares de outras religiões e culturas, mas não podemos dizer previamente que novas imagens hão de emergir. De fato, pode ser que encontros inter-religiosos sejam tão variados, heterogêneos e imprevisíveis como os encontros inter-humanos em geral. Os encontros não ocorrem somente nos domínios da espiritualidade e da teologia, mas também na poesia e na arte, na política e em conflitos armados. O que uma teologia das religiões pode fazer é encorajar uma atitude positiva e esperançosa para tais encontros, numa expectativa de que eles conduzirão a um mútuo reconhecimento e enriquecimento.

“Falsidade” e “verdade” das religiões

No passado, prevaleceu uma tendência apologética e polêmica e nosso primeiro pensamento sobre outras religiões é de que elas seriam “falsas”. Desde a declaração Nostra Aetate do Vaticano II nosso primeiro pensamento sobre as outras religiões é de que elas são “verdadeiras” – de que elas exibem um raio de luz do Logos divino que ilumina todas as mentes, de que elas são produtos do Espírito que move todos os corações. O encontro inter-religioso que eu considerei mais interessante é a exposição da fé cristã ao pensamento budista. O ex-budista Paul Williams, que se tornou agora um católico conservador, denuncia o budismo como religião atéia que não tem concepção da graça divina, e isto é aceito entusiasticamente por pessoas que encaram o budismo como moda insalubre, como “uma espécie de auto-erotismo espiritual” (Cardeal Ratzinger, endossado por Williams). Tal atitude parece-me incompatível com o Vaticano II.

Em seu sentido do Absoluto, seu desmantelamento dos ídolos, sua concepção de uma graciosa finitude incorporada em “bodhisattvas” compassivos, o budismo tem muito a contar-nos sobre o divino e sobre a graça. Este vasto continente de vibração interior espiritual não pode ser mensurado pelos padrões de um dogmatismo ou de um racionalismo sumário. O budismo instila a percepção de que toda linguagem religiosa e todo dogma têm o status de “habilidosas concepções” a serviço de um objetivo que as transcende. Em seu ensinamento de um “desligamento da visão”, ele libera a teologia da tendência de ser apanhada em obsessivas linhas de pensamento. Ele desmascara a inépcia de nossa terminologia dogmática da natureza, substância, pessoa e hipóstase em relação a Cristo e as categorias budistas do dependente co-surgimento e do vazio são mais adequadas para realçar o pensamento de Cristo (aqui ver John Keenan). Além disso, através de seu impacto desconstrutivo, o budismo permanece constantemente em contato com sua base rochosa, reconduzindo sem cessar nossa mente nessa direção. 

IHU On-Line - Quais são as descobertas mais significativas sobre o Jesus histórico e quais são as suas implicações para a fé cristã?
Joseph O’Leary -
Não sou especialista neste assunto, mas sinto que quem quiser falar teologicamente sobre Jesus deve encarar com a maior seriedade as questões históricas sobre sua vida e sobre a composição dos Evangelhos. Schillebeeckx , em seu livro sobre Jesus, de 1974, delineou uma grande diretriz a este respeito para os teólogos católicos. Os exegetas podem nela pinçar defeitos, mas isso não vem ao caso. Os teólogos devem se deixar ensinar pessoalmente pelos estudos histórico-críticos da Sagrada Escritura, mesmo que isso acabe podando os seus vôos especulativos. Parece-me que a descoberta mais importante sobre o Jesus histórico continua sendo a que Reimarus  intuiu originalmente e que Johannes Weiss estabeleceu em 1892, ou seja, o caráter radicalmente escatológico da missão de Jesus. Albert Schweitzer  é muitas vezes mencionado como a pessoa que disse que a busca pelo Jesus histórico foi desperdício de tempo, porque cada um dos investigadores teria projetado sua própria imagem para dentro das fontes. Em todo o caso, seu grande estudo (Geschichte der Leben-Jesu-Forschung [História da pesquisa sobre a vida de Jesus], de 1913, originalmente Von Reimarus zu Wrede, 1906) aclama as descobertas de Johannes Weiss  como rocha sólida em meio ao caos de hipóteses contraditórias. Schweitzer via a investigação sobre a vida de Jesus como uma espécie de teologia negativa, não por ela não ter obtido resultados, mas porque o Jesus atualmente encontrado era tão remoto das nossas expectativas. A mensagem de Jesus sobre a iminente chegada do Reino de Deus parecia alheia e arcaica.

A mensagem dos evangelhos

De acordo com a pintura escatológica, Jesus viu-se a si mesmo e a seus discípulos como engajados numa decisiva batalha dos últimos tempos, na qual o Reino de Deus estaria triunfando sobre as forças demoníacas que mantinham o mundo em cativeiro. Quando uma geração posterior de cristãos se deu conta que o fim do mundo não parecia estar próximo, eles desenvolveram, a partir das mensagens de Jesus, uma ampla visão ética para a longa distância a ser percorrida. Mateus, escrevendo para os cristãos judeus, apresentou Jesus como um novo Moisés pregando uma nova Lei e fundando uma comunidade, com a qual ele estaria presente até o fim dos tempos. Lucas, escrevendo para os cristãos gentios, apresentou o Evangelho como transformador da sociedade, invertendo as hierarquias de ricos e pobres, íntimos e deserdados; e ele atribui a Jesus um manifesto, a fala na sinagoga do capítulo 4, na qual Jesus conecta intimamente seu evangelho com a visão profética de Isaias. Mas, apesar desta ampliação, Mateus e Lucas captam a investida escatológica da mensagem do Reino. O trabalho de edificação do Reino no mundo é levado em frente num espírito de esperança e expectativa, olhando em frente, em direção ao futuro glorioso que está nas mãos de Deus. A busca do Jesus histórico remove Jesus da assimilação feita por nossas categorias usuais. Nós não podemos re-ingressar na escatológica câmara de pressão de sua pregação. No melhor dos casos, podemos adotar as acomodações de Mateus e Lucas sobre ela durante a longa duração da vida da igreja.

A “terceira busca” do Jesus histórico

A recente “terceira busca” do Jesus histórico envereda por outras vias, retratando Jesus como camponês mediterrâneo, contra o fundo da cultura da Galiléia (como foi explorada por Sean Freyne ), encontrando semelhanças com os filósofos cínicos, ou vendo-o como líder carismático conduzido pelo Espírito (Marcus Borg ). Eu me questiono de que forma estes retratos sobreviveriam a uma aguda crítica schweitzeriana. Uma coisa que se enraizou em nós sobre a pesquisa do Jesus histórico é o fato de que Jesus foi um judeu, e que todo o seu modo de pensar foi judaico. O exegeticamente conservador Geza Vermes , mesmo não seguindo a linha dos evangelhos sinóticos, realça isto de forma refrescante (e é elogiado por isso em algum documento vaticano). David Flusser  é outro autor estimulante nesta área. Nossa piedade foi tão dominada pelo Cristo do Quarto Evangelho – que faz trocadilhos em grego (Jo 3:3-4) e fala de sua não-dualidade com o Pai num estilo antes indiano – de modo que ainda podemos ser chocados pelo terrenal senso comum judaico dos ditos mais próximos a suas palavras autênticas.

A presença do Jesus histórico não está na descoberta de algo que jamais conhecemos, mas em perceber a lacuna entre nossos retratos recebidos e o original. Isso nos deixa livres para receber o impacto de Jesus em nossa própria interpretação criativa atual, dando-nos liberdades tão grandes como aquelas dos evangelistas. A busca do Jesus histórico não responde à pergunta “O que você diz que eu sou”, mas antes libera toda a questão, deixa-a em aberto.

IHU On-Line - De que modo viveu Jesus suas duas naturezas?
Joseph O’Leary -
Penso que devemos dizer que ele viveu sua natureza humana da mesma forma como qualquer outra pessoa o faz. A notificação do Vaticano contra Jon Sobrino  repete a afirmação que Jesus gozou da visão beatífica quase imediatamente após sua concepção. Isso evidentemente tornaria Jesus tão marcadamente diferente dos seres humanos ordinários, como correr o risco de docetismo. Esta humanidade de Jesus se abre, sem dúvida, para o divino de uma forma realmente especial – podemos atribuir-lhe as formas de consciência que vemos nos grandes místicos, como Albert Nolan, OP, o faz em seu recente livro, Jesus today [Jesus hoje]. Seguindo a visão de Orígenes , sobre a íntima união da alma de Jesus com o Verbo divino, teólogos como Rahner  falaram de gratia unionis, a idéia de que o status divino de Jesus é uma graça conferida à sua humanidade, um grau climático da ação da graça que está sempre ativa em toda a humanidade.

Podemos imaginar que o Jesus histórico deve ter sido intensamente consciente de Deus em ação em e através dele, quando ele curava os enfermos e expulsava demônios “pelo dedo de Deus” (Lucas 11,20). Que esta plenitude da consciência de Deus não o tornou menos humano, mas sumamente humano, é a glória central da religião cristã.

Os evangelistas tendem a projetar em Jesus todos os modelos bíblicos de proximidade com Deus – a inspiração dos profetas, certo misticismo “Abba” . Lucas acrescenta freqüentemente cenas de Jesus orando e até torna a crucifixão um evento de mais oração do que o é em Marcos. Algumas destas projeções combinam bem com o impacto que Jesus criou e não se situam longe da possibilidade ou até probabilidade histórica. Outros, especialmente em relação a João, se envolvem mais com a experiência de igreja do Cristo em seu meio, do que com o Jesus histórico.

Há um versículo em Mateus e Lucas que é conhecido como “o temporal joanino” ou “um meteoro do céu joanino”, por causa de sua similaridade com o quarto Evangelho. “Todas as coisas me foram entregues pelo meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão o Filho e todo aquele a quem o Filho quiser revelá-lo” (Mt 11,27). Lucas o varia ligeiramente: “ninguém conhece o Filho exceto o Pai, e ninguém conhece o Pai exceto o Filho” (Lc 10,22). Os estudiosos vêem isto usualmente como vindo de um estágio muito posterior do material “Q” , de onde Mateus e Lucas extraem a informação. Eu suponho que precisamente aqui estamos lidando com um caso de retroprojeção, a partir do impacto de Jesus no primitivo cristianismo, de uma imagem do que seu relacionamento com o Pai deve ter sido.

Jesus e sua natureza divina

Terá Jesus pensado que era divino? Bultmann  diz que todos os clamores que a Igreja fez sobre Jesus são corretos, enquanto ele é o Evento Escatológico. De um modo mais geral, poder-se-ia dizer que ocorre em e em torno de Jesus uma manifestação divina efetivamente realizada, que João nomeia como a encarnação do Logos. O Jesus histórico, o profeta do Reino foi colhido neste evento. Eu duvido que ele tenha extraído disto uma sofisticada visão teológica de seu próprio status ontológico. Quatro séculos mais tarde, Calcedônia oferece um “horizonte” de Cristo (traduzindo horos desta forma, junto com Sarah Coakley , antes do que por “definição”), acentuando a unidade numa só pessoa, ou a hipóstase do eterno Logos divino e o verdadeiramente humano Jesus. Este é um mistério profundo e insondável. O Novo Testamento usa uma linguagem de adoção – “Deus o fez igualmente Senhor e Cristo (Atos dos Apóstolos 2,36)” – enquanto a ortodoxia cristã insiste em seu status divino já desde sua concepção. Eu pensaria que a afirmação “Jesus é Deus” leva rapidamente a engano. A última concepção e identificação de Jesus Cristo é a do Logos divino irrompendo na história humana – e eu penso que isto vai tão longe quanto podemos ir, e que nós deveríamos ser mais prudentes e modestos em nosso uso da linguagem de uma alta cristologia.

Da mesma forma como, para a distinção trinitária, entre Deus como Pai, como Logos e como Espírito, recomendo o minimalismo de Newman , que reduziu a doutrina em nove simples proposições (O Pai é Deus; o filho é Deus; o Espírito é Deus; o Filho procede do Pai; o Espírito procede do Pai e do Filho; o Filho não é o Pai; o Filho não é o Espírito; há um só Deus). Quando retornamos da linguagem bíblica sobre Deus, sua Palavra ou Sabedoria, seu Hálito ou Espírito à Trindade em si mesma, não estamos entrando num mundo de deliciosa especulação sobre uma “pericorese” tripessoal, mas ingressamos no desconhecido. Aqui, é recomendada maior sobriedade. Temos os eventos da Escritura, e o dogma é um guia para interpretá-los, mas não estou certo que poderíamos buscar um “mistério da Santíssima Trindade” acima e além desses eventos, como certas pessoas o fizeram tão jubilosamente na Idade Média. Há quem queira fazer de uma explicação toda emplumada e antes especulativa da Trindade a plataforma central do diálogo inter-religioso, encontrando, inclusive, estruturas trinitárias em outras religiões. Sabendo quão lenta e cautelosamente os elementos básicos da doutrina foram estabelecidos no século IV, penso que eles são um produto final, um último passo do pensamento cristão, antes do que uma base, seguramente conquistada para ulteriores construções sistemáticas, em vista da atual expansão inter-religiosa. Mesmo em nossas referências ordinárias a Deus, Logos, Espírito em nossa teologia das religiões, deveríamos ter cuidado para não deixar que estas expressões acabem permitindo que os fenômenos das outras religiões sejam forçadamente introduzidos no serviço da visão bíblica.

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