Edição 232 | 20 Agosto 2007

Marcos Knewitz

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IHU Online

A relação de Marcos Knewitz com a Unisinos começou quando ele tinha 16 anos. Marcos deixou o interior do Estado com o sonho de ingressar em um curso superior, mas ainda estava indeciso quanto à profissão. Biologia, Física e Filosofia foram algumas das opções. Sem falar que, quando era criança, queria ser cientista ou piloto de avião. Hoje, aos 38 anos, ele é professor de Informática na Unisinos e trabalha no setor de Gestão de Serviços da Informação da universidade. Confira, a seguir, a entrevista concedida com exclusividade à revista IHU On-Line, na qual Marcos se revelou um grande aventureiro e um pai zeloso.

Origens - Sou natural de Santo Ângelo. Meus pais são de lá. Somos em quatro irmãos: o Márcio, médico, de 36 anos; o Mauro, policial federal, de 26 anos; e a Anna Paula, publicitária, de 24 anos.  Eu sou o mais velho de todos: tenho 38 anos. Meu pai é economista e contador, e minha mãe foi diretora de escola. Hoje, ambos estão aposentados.

Infância - Queria ser cientista ou piloto da aviação militar. Gostava de desenhar e de plastimodelismo: costumava inventar e construir meus próprios brinquedos. Eu também praticava bastante esporte e integrava praticamente todas as equipes do colégio.

Vida acadêmica - Quando saí do 2º Grau, fiz o vestibular na UFRGS, mas o estudo no interior não me deu a preparação necessária para que passasse. Ao prestar vestibular, estava em dúvida se fazia os cursos de Biologia, Engenharia Mecânica, Física ou de Filosofia. Acabei fazendo Computação.

Aos 16 anos, comecei a estudar na Unisinos, onde fiz muitos amigos. Vim morar em São Leopoldo com um colega de Santo Ângelo, que também viria estudar aqui. Eu não conhecia nada da cidade, mas não tive dificuldades com adaptação. Depois, vieram outros estudantes morar conosco; era uma espécie de república estudantil. Depois de me formar em Informática, comecei o curso de Biologia, também na Unisinos. Interrompi os estudos para fazer mestrado em Computação Aplicada. No curso, trabalhei com a simulação de câncer em computadores. O mestrado misturou Informática, que era uma área que eu conhecia, com Biologia, que era um ramo do qual eu gostava.

Trabalho - Enquanto estudava, participei de um programa na área de informática dentro da Unisinos, quando comecei a trabalhar, aos 19 anos. Permaneci no emprego por três anos, e o término do contrato coincidiu com a minha formatura. Fui morar em São Paulo, onde trabalhei no Banco Econômico, na área de TI, voltada para capacitação e treinamento. Também trabalhei na área de Informática da Azaléia. Mais tarde, voltei a trabalhar na Unisinos, na Gestão de Sistemas de Informação, onde trabalho até hoje. Sou professor na Universidade, das disciplinas de Engenharia de Software e Desenvolvimento de Software I.

Família - Sou casado há oito anos e tenho dois filhos: Ingrid com 5 anos e Henrique com 3. Valorizo muito a minha família. Gosto muito de brincar com os meus filhos. Primeiramente, dedico meu tempo para eles; se sobrar algum, é para a minha esposa. Raramente, sobra tempo para mim. É a forma que achei para poder conciliar vida particular com a vida profissional que, no momento, está me demandando muito. Sei que é um momento e que não posso seguir assim por muito tempo.

Hobby - Enquanto estudante, eu era adepto à prática de esportes radicais, junto com os meus amigos. Praticávamos mountain bike, mas não tínhamos bicicletas apropriadas. Gostávamos de mergulhar em Florianópolis e também escalávamos o Pico da Canastra, em Canela; o Morro Morungava, em Porto Alegre, e em alguns pontos de Bagé e Caçapava. Atualmente, corro de kart uma vez por mês e jogo futsal, no Centro Esportivo da Unisinos, com os colegas de trabalho.

Acidente - Uma vez me acidentei escalando. Foi uma experiência dolorosa, mas que me ensinou muito. Aprendi a contar com os amigos, pois foram eles que fizeram o resgate. Estávamos escalando o Pico da Canastra, a cerca de 80 metros de altura, e me segurei em uma pedra, que se desprendeu da rocha e caiu sobre o meu rosto. Quebrei alguns dentes e o maxilar. O acidente aconteceu às 15h, e só cheguei ao hospital às 21h. A partir de então, tive uma outra visão do que é o perigo, do que é preciso temer ou não e do que realmente importa.

Filmes - Não assisto muito a filmes, o que não quer dizer que eu não goste. Por falta de tempo, acabei me afastando deste hábito. Um filme marcante, talvez pelo momento pelo qual passei, foi  Sociedade dos poetas mortos.

Livros - Gosto de ler de tudo um pouco, dentro da área técnica, como artigos e livros científicos de Biologia, Matemática e Física. Minha esposa é jornalista e, às vezes, me faz algumas indicações. O mais recente que li foi Netto perde sua alma, de Tabajara Ruas.

Sonhos - Quero chegar a um momento de independência financeira, onde eu possa viajar com a minha família e desfrutar da vida com mais intensidade e tranqüilidade. Também quero investir em um hobby, como, por exemplo, produzir peças em madeira, que era a atividade do meu avô, ou me dedicar ao aeromodelismo. Também pretendo exercer algum tipo de trabalho assistencial voluntário.

Viagens - Gosto de fazer viagens de aventura. Passei 30 dias na Patagônia, em uma viagem de jipe com dois amigos. Já fui de mochila nas costas até o Estado de Alagoas, pelo interior do Brasil, e voltei pelo litoral, com um colega.

Instituto Humanitas - Conheço pouco. Sei de suas publicações e algumas notícias que veiculam no site da Unisinos. Fiquei surpreso quando li sobre o Instituto e vi o tamanho que era.

Política - Uma questão sempre em voga é a da corrupção. Para mim, o seu combate é um processo de transformação, de mudança cultural de toda a nação. Não vejo uma perspectiva de solução em curto prazo, porque a corrupção não acontece somente em Brasília. Participei de Grêmio Estudantil e via as pessoas falsificarem carteirinhas. Quando integrei um Diretório de Estudantes, vi pessoas falsificando listas de assinatura para participação de congressos da União Nacional dos Estudantes. Em empresas, há quem falsifique licitações. Quanto maior a esfera de administração, maior é a possibilidade de corrupção.

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