Edição 227 | 09 Julho 2007

Dom Hélder Câmara - O santo rebelde, de Erika Bauer

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IHU Online

Os filmes comentados nessa edição estão em exibição em Porto Alegre e foram visto por algum/a colega do IHU.




Ficha Técnica
Título Original:
Dom Hélder Câmara - O santo rebelde
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 74 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2006
Estúdio: Cor Filmes
Direção: Erika Bauer
Roteiro: Erika Bauer
Produção: Andréa Glória
Música: Marcello Barnardi
Fotografia: André Cavalheira
Edição: Sérgio Raposo e Liloye Boubli

Elenco
Pedro Domingues
Leonardo Boff
Dom Marcelo Cavalheira
Dom José Maria Pires
Dom Mauro Morelli
Lucinha Moreira
Padre Reginaldo
Nelson Piletti
Rose Marie Muraro
Monsenhor Camurça
Marina Bandeira
Luís Alberto Gomes de Souza
Joseph Comblin
Padre Oscar Beozzo
Dom Pedro Casaldáliga
Raimundo Caramuru
José de Broucker
Padre José Ernani Pinheiro
Aglaia Peixoto
Padre Gervásio Queiroga
Murilo Grossi (Narrador - voz)


Premiações
- Ganhou os prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Edição, no Cine Ceará.
- Ganhou o ET de Ouro de Melhor Filme, no Festival de Varginha.
- Ganhou o prêmio de Melhor Pesquisa no RECINE - Festival Internacional de Cinema de Arquivo do Rio de Janeiro.
- Ganhou o Troféu Margarida de Prata de Melhor Documentário, concedido pela CNBB.


Sinopse:
Documentário reconstitui a vida e a obra de D. Hélder Câmara (1909-1999). O arcebispo de Olinda e Recife foi o fundador da CNBB, um dos idealizadores das comunidades eclesiais de base e indicado ao prêmio Nobel da Paz por três vezes. Além disso, foi uma das principais vozes da Igreja contra a miséria e o arbítrio da ditadura militar.

Um comentário

Neusa Barbosa, no sítio www.cineweb.com.br, 22/08/2006 comenta o filme:

O cardeal-arcebispo de Olinda e Recife, D. Hélder Câmara  (1909-1999), foi em vida uma das figuras mais polêmicas e admiradas da Igreja Católica brasileira. Seis anos após sua morte, a cineasta Erika Bauer conseguiu obter na Europa imagens inéditas para realizar o documentário D. Hélder Câmara – O santo rebelde.

Contando com farto e significativo material de arquivo, o filme estrutura solidamente uma biografia do religioso que, depois de fazer parte do movimento integralista no começo dos anos 30 - quando chegou a usar por baixo da batina a camisa verde daquele movimento anticomunista -, mudou radicalmente sua trajetória em direção ao bloco mais progressista da Igreja Católica, sendo um de seus expoentes mais combativos, em plena ditadura militar.

O documentário relembra que foi D. Hélder o criador da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), em 1952, uma das instituições mais ativas na denúncia das violações de direitos humanos dos anos 60 e 70. Lembra também que, na impossibilidade de cercear sua liberdade de ação, ou mesmo prendê-lo, os órgãos de repressão atingiram alguns de seus colaboradores mais próximos – como o padre Antonio Henrique Neto, morto misteriosamente em 1969. Além disso, estes mesmos órgãos proibiam os jornais de divulgar notícias sobre o arcebispo, numa ação de verdadeira censura.

Ameaçado de morte por diversos telefonemas e cartas, D. Hélder nunca se calava. Aproveitava, além disso, sua projeção internacional, que o levou a ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz por três vezes. Segundo a versão sustentada pelo filme, em 1973, D. Hélder teria sido o vencedor na votação da comissão deliberativa do Nobel. Mas pressões e conveniências políticas teriam levado os organizadores a atribuir o prêmio daquele ano a Henry Kissinger  e Le Duc Tho, que haviam construído o acordo de paz que terminou a Guerra do Vietnã.

Além de entrevistas do próprio D. Hélder, constam deste documentário depoimentos de diversos de seus amigos e colegas, como D. Mauro Morelli, D. Pedro Casaldáliga  e Leonardo Boff. É Boff quem lembra que o Papa João Paulo II em determinado momento cerceou as muitas viagens de D. Hélder pelo mundo. “A igreja institucional não encontrou lugar para seu dom de profeta”, critica o teólogo, ex-religioso e que foi ele mesmo alvo de censura na época do antigo papa.

Entre as imagens raras e inéditas do carismático arcebispo, estão algumas de suas conferências na Europa, onde ele se expressava em francês fluente. Algumas delas foram cedidas especialmente por um antigo colaborador de D. Hélder, Frans Moren, diretamente de seu arquivo pessoal.

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